E se chama solidão

Algumas vezes vôo e outras vezes

Me arrasto demasiado pelo chão

Algumas madrugadas me desvelo

E ando como um gato em cio

Patrulhando a cidade em busca de uma gata.

Nesta hora maldita em que os bares estão a ponto de fechar

Quando a alma necessita um corpo para acariciar.

Algumas vezes vivo e outras vezes

A vida se vai com o que escrevo

Algumas vezes busco um adjetivo

Inspirado e possessivo, que te arranhe o coração.

Logo lanço minha mensagem,

Se levo de bagagem uma garrafa

Ao mar da tua incompreenção.

Não quero fazer chantagem

Só quero dar-te uma canção.

E algumas vezes acostumo recostar

Minha cabeça no ombro da lua

E lhe falo dessa amante inoportuna

Que se chama solidão.

Algumas vezes ganho e outras vezes

Abro um circo e os anões crescem

Algumas vezes dou com um bicho

A maça proibida do velho Adão.

Ou durmo e deixo a porta do meu quarto aberta

Pois se acaso te passa pela mente voltar.

Mas aquele verão foi extranho:

Não parou de nevar.

Joaquin
Enviado por Joaquin em 04/07/2012
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