O Prédio no Final da Rua

O Prédio no final da rua

Lembro-me ainda como se ontem fora

Do prédio que havia no final da rua

Meio de lado, arquitetura tosca, sem graça

Mas ali vivia uma moça, sempre descalça.

Olhar perdido, sem esperanças, triste

A balançar o corpo de um lado a outro

Despreocupada na velha sacada.

Descobri seu nome por acaso

E o motivo de sua tristeza,

Se fez claro em um dia de lua cheia.

Olhando para o alto, da sacada de minha casa,

Eu via todas as noites a moça triste

Que atendia somente o padeiro

E, às vezes, o leiteiro ranzinza e trapalhão.

Naquele prédio no final da rua

Da mesma velha sacada, um acidente

Cairá dormente, o seu amor.

Tornamo-nos parceiras na dor,

Um dia, na sacada do prédio

Aquele mesmo ao final da rua,

Um dia, adormecido, morreu meu amor.

Elisabeth Lorena Alves
Enviado por Elisabeth Lorena Alves em 31/07/2012
Código do texto: T3806664
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