Auto nojo

Não sei quem sou

Perdi minha peculiaridade

Minha doçura e tudo que havia de bom em mim

Ganhei dores e com elas vou

Contando meus anos de idade

E juntando pérolas de marfim

Sou a casca do casulo da borboleta mais feia

Seca e acinzentada espero outro dia nascer

Agradeço por acordar mais ainda estou presa na teia

Aranha rude me tornei

Teço com minhas palavras

Um destino úmido e frio pra onde irei

Espero ver em mim algo sereno

Mas percebo-me em auto-nojo

Com a mente pesada e o coração pequeno