O RETRATO
O retrato
O retrato pedindo água...
Na estática Constancia da morte...
Sobre as grades de um horizonte,
Perdido numa janela falsa.
Pede-me ajuda,
Um flerte, uma palavra...
Mas, triste se retrai, se castiga.
Mostrando um riso doente,
Olha-me,
Pede-me,
Consola-me.
Às vezes, só eu e ele, e as horas...
Que não se comove ao ver em minha face,
Mais uma ruga que nasce.
No silêncio de quem já não está livre
Ouço uma súplica,
Mas não entendo sua língua...
Em foco,
Somente uma lembrança sobrevive:
Do ontem, que era par,
Do hoje, que agora é impar.
Poesia Marisa Zenatte