De volta ao Abismo da Solidão

No alento dessa escuridão,

Jogo minhas asas de calmo perdão,

Vou caindo abismo adentro,

Perdendo-me golpe a golpe,

Contra as paredes de pedras afiadas.

Meu sangue amargo goteja,

Como a primeira chuva

Após uma seca amaldiçoada.

Cobre toda a escuridão meiga

Que como mãe, acolhe minha alma negra.

Vela-me em teus braços frios,

Consola todo esse rio de tristeza,

Que como neblina de inverno,

Turva meus olhos desiludidos pela morte.

Irmã mais velha, que me estende a mão

Seu canto é singelo, negro, belo.

É o mesmo canto daquele amor.

Amor lôbrego, avassalador.

Que puxa minha alma desatinada,

As profundezas do abismo.

E mais uma vez eu desço,

Com um sorriso de desespero tristonho...

Mergulhando no canto obscuro...

Do meu eterno abismo da solidão!

Érica Rosa
Enviado por Érica Rosa em 20/08/2012
Código do texto: T3839983
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