Vinte cigarros - Canções de adeus

A noite embriaga a alma,

Emudece o coração ferido

A mulher que nunca volta e a falta do que fazer,

Mais um gole...

Acendo o décimo quinto cigarro...

Esqueci de entregar as chaves, e agora o que dizer?

Nada de extraordinário acontece

Apenas outro gole e logo amanhece,

Mas muita calma

Os homens da lei já foram buscar sua propina

Posso acender o décimo sexto cigarro e respirar aliviado

A noite já pode chegar ao fim minha menina.

Queria me apaixonar por aquela imagem no espelho,

Seria mais fácil,

Sem atropelo.

Mas o sol me cega os olhos

E o que vejo somente a noite pode suportar

Com outro gole e o décimo sétimo cigarro

É ironia. Fantasia... tem vazamento na pia...

Tem um mendigo que vêm buscar comida todos os dias

Tem algemas em meus pensamentos

E o que resta é outro gole e acender o décimo oitavo cigarro

Olho então as paralelas

E vejo um horizonte repleto de canções promiscuas... era só solidão, mesa de bar... uma mulher pra sonhar e uma casa suja pra limpar.

Construí uma vida, com sonhos esposa e filha, mas o que me restou foram outro gole e o décimo nono cigarro,

Apenas mais um e tenho que voltar ao bar,

Voltar...

Ajoelhar...

Família.... nunca construí, apenas tive esposa e filha

Nunca estive aqui, apenas escrevi a última canção

Aquela que mais feriu meu coração

Por que é tão difícil terminar o que não começamos?

Por que nossos planos insistem a não fazer parte dos seus planos?

Agora amo a imagem do espelho, parece doce

Por ela não me ajoelho... e acendo o vigésimo cigarro.

09/02/2007 - Canções de adeus