PROCRASTINANDO

Mais uma garrafa sangra até o fim

Gelo, copo e também suor

Fantasmas voam por trás de mim

Tentando me deixar bem pior

Daquilo que não consigo explicar

Que minha mente não pode controlar

Enquanto meus dedos percorrem

Teclas de conteúdo disforme

Ah, como eu queria sentir

Esse calor que arde em mim

Enfeitiçar esse frio que me domina

Ah, mas como posso entender

Esse frio que é de morrer

Vendo tanta vida perdida

De dentro pra fora sufocado

Comprando a dor pela televisão

Quanta fome, quanta briga,

E morte por religião

E vejo meu copo esvaziar

O velho Jack se esgotando

E em minha tela tanta vida

Que Tânato vem ceifando