Solidão

Metáforas interrompidas pelo desânimo

dos pesadelos repentinos e inoportunos,

uma busca incessante me leva ao desespero de encontrar,

no próximo clic, o inexplicável.

Minto para mim mesmo

todas as vezes que penso em unir-nos,

num caminho traçado entre o quarto e a janela,

e a certeza que você chegou.

Não aguento mais essa eterna luta

entre o meu orgulho e a ansiedade, cadê você?

Por um tempo tudo se acalma e o sono vem.

A cama solitária e disforme não me acomoda mais.

O café já não me acalma. Corro para a janela,

o coração dispara, um calafrio toma conta de mim.

Mais um janeiro passou e a minha cama,

fria e disforme, não me acomoda mais.

O seu silêncio me traga. Recorro à sua fotografia

amarelada e desgastada pelo tempo.

Já não consigo lhe ver, o desgaste foi natural.

Alexandre Danel
Enviado por Alexandre Danel em 26/11/2012
Reeditado em 26/11/2012
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