O Que Me Resta

Já não sei se agora resta,

Neste redemoinho de desilusões

Se existe algo que presta

Para aplacar a fúria das decepções!

Jamais existe quem sente

Como eu o amargor de sensações

Dor inócua assim presente

Por estas suas malditas convicções

Vivo esse existir utópico

Amores em plácidas contemplações

Em meu desdém diabólico

Perante formas reais das frustrações

Quem dirá que afortunado

Fora então esta minhas impressões

Dentro da dor fui aventurado

A sentir da desgraça essas contrações

Por bem para mim queria

Delongar pela morte não me interessa

Aplacar a lenta melancolia

Mas é isto apenas aquilo que me resta

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 14/12/2012
Código do texto: T4034814
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