O Que Me Resta
Já não sei se agora resta,
Neste redemoinho de desilusões
Se existe algo que presta
Para aplacar a fúria das decepções!
Jamais existe quem sente
Como eu o amargor de sensações
Dor inócua assim presente
Por estas suas malditas convicções
Vivo esse existir utópico
Amores em plácidas contemplações
Em meu desdém diabólico
Perante formas reais das frustrações
Quem dirá que afortunado
Fora então esta minhas impressões
Dentro da dor fui aventurado
A sentir da desgraça essas contrações
Por bem para mim queria
Delongar pela morte não me interessa
Aplacar a lenta melancolia
Mas é isto apenas aquilo que me resta