Flor da Morte

E o caixão foi fechado

e acima só se encontrava uma flor não se sabe de quem,

somente uma flor vermelha, que junto trazia a memória da morte.

E o caixão foi fechado,

e nenhum buque foi dado,

em nenhuma coroa se encontrava o nome.

E o caixão foi fechado,

sem muitas palavras de conforto,

nenhum discurso exaltando bondade,

nenhuma fala daquela que dizia amar.

E o caixão foi fechado,

e não se ouvia pranto,

não havia um clamor para voltar

tudo o que havia era o silencio do esquecimento.

E o caixão foi levado ao sepulcro,

sem nenhuma menção de feitos em vida,

nenhum pensamento amoroso,

ou mesmo uma suplica de amizade.

E o caixão foi levado ao sepulcro,

ninguém conhecido estava lá,

nenhum amigo, ou inimigo,

somente os funcionários que eram obrigados a estar.

E o sepulcro foi vedado.

e sem coroa de flores, ou de honras,

sem buques de amores ou desafetos,

sem menção de belas palavras,

sem palavras torpes,

sem nada foi vedado.

E como epitáfio,

talvez por piada, ou por sina,

escreveram uma dura realidade:

Somente existiu, porque teve muito medo de viver.

Dhymas DuGuetto
Enviado por Dhymas DuGuetto em 14/12/2012
Reeditado em 31/08/2015
Código do texto: T4035042
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