A Esperança
Em vida tive a ingrata esperança,
De vê-la pela benção da minha ternura
Sentir o perfume de tua trança,
Que descia tão fria para sua sepultura!
Contei a passagem das estações
As flores que nascem e murchariam,
Alentando por essas emoções,
Lágrimas que meus olhos chorariam!
Enfim envolvida em um véu,
As têmporas pálidas em finita letargia,
Era um lumiar de luz do céu,
No corcel galopante da minha fantasia!
Plantei no panteão pureza,
Para tê-la em meus sinceros laços,
Vendo a divinatória beleza
De envolver-te junto nestes braços
Voltei então aos pobres dias,
Da pobreza infantil de ser uma criança,
Quando devotei às agonias,
Ao embevecer da imortal esperança!