SOLITÁRIOS

O caminho da perfeição é individual, pessoal e intransferível;

Só por ser assim, isso sei que é crível.

Podemos caminhar sem parar, porém para o infinito alcançar;

Sozinho Necessário se faz estar,

De quando em vez só, eu tenho medo de me encontrar comigo mesmo;

De me ver e me reconhecer quem sou;

Ouvindo o som da sirene do tempo que soou;

Caminho pela estrada da vida a esmo.

Percebo o solitário da praça em meio à multidão;

Da jovem que espera do amado o seu quinhão.

A solidão do sol que brilha em qualquer tempo;

A solidão do pássaro no horizonte que se enamora com o vento.

O homem santo quando quis falar com Deus;

Refugiou-se no deserto para entender todos os seus.

Imerso, mergulhou dentro de si, afunilando-se nas entranhas de suas vísceras;

Visceral, viu-se cego da sua sabedoria mísera.

Os solitários não se mostram felizes;

O tempo, as horas compridas são a sua melhor companhia;

Custam a passar como se nunca tivesse fim o dia;

Arrastam-se em suas correntes, junto aos seus fantasmas e seus deslizes.

Mas a solidão também pode ser bela, quando se pode ver a vida pela janela;

As flores regadas no jardim que se plantou;

Gire a taramela, perceba que o agora é tão somente o amanhã que não chegou.

Pois paraqueles que conhecem e sabem o caminho;

Encontram-se consigo mesmos e nunca se sentem sozinhos.

PEDRO FERREIRA SANTOS (PETRUS)

080113