"Temporada de buscas..."
A temporada de buscas me espera
me apanha, me envolve
e conforme o sol se põe
me vejo escuro
me vejo profundo,
envolto em mistérios,
um vão sem fim
mas diferente do céu que vejo
além das grades da janela
não tenho estrelas,
não vejo luz,
não há astros em mim
e o que antes era sol
o enigma escureceu,
a duvida ofuscou a claridade,
a base do que era certo
estremeceu
é um tempo de muitas incertezas,
muitas buscas,
mas poucas horas
as perguntas se perguntam
e tal como o de sempre
nunca se entendem,
não há consensos,
apenas o cheiro dos incensos
cheiro de reflexão
testa-se a crença,
criticam-se os sentimentos,
cogita-se a paixão
o mel da certeza se vai
afinal, é madrugada
adeus às certezas!
A noite dá inicio
a nova "temporada do dia"
que de nova não há nada,
o dilema é velho,
as armas ineficazes,
as buscas em vão,
o alvo sou eu.
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