Gritos (2010)

Ainda me lembro

da briga e da raiva descomunal,

das palavras que nos serviram

como ponto final.

Ficou na memória a secura usual

de uma partida sem despedida

a última em uma relação

que já há muito estava falida.

Quando terminamos,

vi o sol se compadecer

e o dia ficar nublado,

senti a chuva descer,

lavando nossos corpos tão cansados,

levando palavras ditas em momentos

em que deveríamos ter calado.

Tristeza que não pode ser medida!

Meu mundo já tão alagado,

teto que desaba, parede que desmorona,

poema esse tão cafona!

Noites sem sono, falta sem abono,

construção em estado de abandono.

A festa enfim acabou,

os balões estão murchando,

copos caindo e quebrando!

Em desespero, grito por dentro.

E além de mim, quem escutou?

Vinícius R. C.

Vinícius Risério Custódio
Enviado por Vinícius Risério Custódio em 03/03/2013
Reeditado em 10/11/2014
Código do texto: T4168792
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.