Meu quinhão, meu dobrão.

Esse amiúde despeja o tempo,

Desfaz o vento,

Dilacera o pranto,

Refaz o encanto.

Em pormenores explícitos

Essas correntes me prendem pelo calcanhar,

Paulatinamente vou seguindo

Até onde ela deixar.

Esse giz de cêra me parece tão lindo para colorir

Papéis velhos da estação passada,

Essas cores tênues e firmes,

Tem tanta vida.

Descansando de todos os afazeres

Eu – sempre eu,

Me refaço pouco a pouco,

Despojando os afagos a mim elevados.

Quanto vale mesmo toda essa privação?

Talvez uma semana, um mês, um ano.

Uma fração de segundos passou

E longitudinalmente se foi.

Nada me preocupa quanto a tudo isso,

Afinal essa negação categórica

Enfatiza apenas dentro desse quinhão

Toda a minha solidão.