NO CREPITAR DO SILÊNCIO
 

No crepitar dessas chamas loucas
Que no peito a solidão avoluma
Cresce o silêncio da tua resignação
Silente só canta loucuras tuas,
E em mim vagueia nas ruas do pensamento,
Apaguei em mim lembranças...
Quando te buscava pela janela do teu olhar,
Vi, do mirante o amor, você induzindo...
No trilhar dessa estrada, sorrindo
Um olhar perdido na escuridão,
Envolto ao medo, vivendo, sem querer amar.
 
Sei que buscas ternura de amor...
Encontras fonte seca no deserto,
São águas que secaram e não saciaram
Mãos sedentas de levar prazer,
Da paixão águas a beber...
Fonte que breve se abrirá em jorros,
Ou secarão para sempre como pedra.
Deixa que seja em parte, tua parte...
Quer ser água que sacia tua sede,
Nesse deserto uma caverna abrigar-te
Tuas mãos pedem carinhos...
Nesse mundo de ventania a ermo.
 
Na noite o vento sopra forte...
Tange na alma o desespero,
Quer brincar instante co’ a solidão,
Noite escura sob a luz do teu olhar
Vislumbrei momentos...
Que na escuridão tocou-me em chamas
A arder a consumir no estalar
Da chama dessa paixão.




 ROBERTO CARLOS:

CAVALGADA.



http://www.youtube.com/watch?v=VQimEYIwXDo