Confissões de Abril

Qualquer folha rasgada já me serve de consolo

Desse meu tal desconforto que é não sentir

Logo eu... que por tanto fui coração

Hoje, mal sei se também há razão

É de um vazio imensurável essa minha andança

Que traz consigo decimais de esperança

Esperança que aos poucos se vai pelos olhos a borrar

E cai, como qualquer outra, no banheiro do bar

Veja bem, não é por tristeza que choro, nem saudade

Acho que nem sei o porquê

Ou talvez a esperança que me deságua, não seja ela

Seja eu, despedindo-me de mim

E na solidão sentimental, há ínterins de sanidade,

Que me paira essa ideia maluca de que não estou assim,

Nunca fui, mas agora, sou e serei

Sou eu, sozinha, sou só.

Logo dou de ombros à toda essa maluquice banal

Deixo a folha de lado e pego a do trabalho

Prometendo, em pleno Abril,

Que ano que vem, hei de dar espaço à mim de novo.

Lu A
Enviado por Lu A em 21/04/2013
Código do texto: T4251460
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