Só...
No espaço do meu universo só você...
Não sei por que age assim...
Estou sem entender esse fim
Que me levou ao medo de perder...
Medo melancólico que abrasa
A pobre alma sem defesa
Talvez não tão nobre,
Talvez nada seja.
A sua verdade apenas...
Entre as raias da ilusão
Seja eu apenas uma canção
Perdida em meio aos versos
Que da moeda é o anverso
E da página vivida, sedução.
Não entendo você...
Nem sei se entendo a mim
Com essa força que ruge
Com seu jeito loução e carmim...
Deixando meu peito arrasado
Coração fraco adensado
Na solidão de ser
Amargura de viver
Que sufoca o gemido
Peito engessado, transido
Na angústia em seu afã...
Sono falso talvez, ironia
Olhos que buscam a manhã
E se perdem na madrugada fria.
Cada gota da chuva que cai,
Leva o sorriso que se esvai,
Confundida em cada lágrima
Uma doce outra salgada
Temperando a face nua
De alguém que se faz sua
Em cada momento vivido...
Tem em seu peito o abrigo
De quem já viveu a tortura
De se perder na ternura
E se encantar com a poesia
Quando a solidão é sua guia
E tudo o mais é agrura!