Gélido Coração

Nem esta fogueira acessa

Ardente

Queimando em brasa

Enchendo o céu estrelado

De Fagulhas

Deixando a noite iluminada

De borbulhas ardentes

E vaga-lumes

Pode esquentar meu gélido

Coração

Nem o conhaque requentado

Nem este quente aguardente

Nem este luar abrasador

Pode aplacar minha dor

A vida escreveu na minha pele

Estes versos verídicos

Que congelaram meu sangue

Feriram minha alma

E cegaram os olhos do meu pássaro

Mas amanhã o sol vai nascer

E trazer luzes para os orvalhos

E minhas lágrimas

Seus raios vão acordar o girassol

E levantar as margaridas

E quem sabe acender os olhos

Do meu pássaro

E como as águas cristalinas

Deste esverdeado igarapé

Meu sangue volte a correr

E vá alagar a campinas sedenta

Do meu ser abandonado nesta

Nostalgia

E sussurre nos ouvidos do vento

Que é tempo de dialogar

Com os cata-ventos

Tempo dos lápis escrevem poesias

Nos cadernos sem sentimentos

E das sementes mortas machucadas

Feridas

Brotarem na terra seca

Tempo de saber que o amor inútil

Costurou o coração dilacerado

Pelos caminhos de pedras

Que agora é capaz de escrever poemas

Mesmo que sejam de pura solidão

E abandono.

Luiz Alfredo - poeta

luiefmm
Enviado por luiefmm em 31/05/2013
Reeditado em 31/05/2013
Código do texto: T4318055
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