Homem da noite
Havia um homem estranho,
Sempre gostava de passar
Nas mesmas ruas escuras.
Andava com um chapéu,
Era alto e usava uma capa.
Odiava a claridade do dia.
Todos que o viam chamava-o
De homem esquisito.
Talvez ele fosse, mas ninguém
Conhecia sua verdadeira história.
Era solitário e frio.
Andava na noite sem rumo.
Nas ruas mais escuras caminhava.
Havia uma praça que adorava,
E sentava ali todas as noites.
Seus olhos brilhavam, era belo,
Apesar de suas cicatrizes no coração
Serem tão feias e marcadas.
Mesmo sendo frio, no fundo sofria.
Não demonstrava emoções.
Seu corpo era quente,
Mas seu coração era frio.
O que o acalmava era a noite.
No fundo havia um grande ódio.
Mas porque era tão sério e solitário?
Não tinha motivos para sorrir.
Seu coração era um poço vazio,
Porém se preenchia com toda dor.
A solidão era sua companhia.
Uma parte dele se foi quando
Sua alegria evaporou há anos atrás.
E a parte que sobrou são pedaços,
Pedaços que tenta juntar toda noite.