A partida

Em dia e hora marcada
As malas prontas.
As emoções soltas.
Chega o momento.

Agora a estação,
O mover de pernas,
A contemplação das cores,
O desfile de sapatos.

Direções diversas.

Os trilhos, seguem o caminho.
Longe, longe!
Perdem-se os pensamentos.
Lá vem o trem!

Pessoas ansiosas
postam-se nas plataformas.
São malas, pés e cores.
Pensamento vai e vem.

Destino? Não importa!
Entram pernas e pernas
Lota o vagão.
São destinos unidos.

Destinos perdidos.

Lá vai a composição. 
Parte da estação,
o horizonte e o céu,
uníssono se juntam.

Explode o vazio,
Vazio, vazio-o-o-o.
Da solidão.
São tantas pernas!

E a solidão.
Desliza o trem
preso ao trilho.
Cada estação
troca de pernas.

Acaba o trilho.
Termina a viagem.
E a solidão
fica nos pensamentos.

Chegada, a emoção
em seu canto acomoda.
Resta descer do trem!
Enfrentar as pernas e ficar livre.

Esta poesia faz parte da coletânea de poesia do Livro Palavra é arte, 25ª edição de 2014. da qual tive a honra de participar.
Jennifer Melânia
Enviado por Jennifer Melânia em 09/04/2014
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