SEM NADA


Sem sol, sem mar, sem ventura
Sem ninguém ao meu redor,
Sem um pouco de ternura,
Sou eu a própria loucura,
Sou solidão, desventura,
Pela dor de ser tão só.

Sou eu quem chora cantando
Um canto feito de dor,
No mundo do eu sozinha,
Colhendo o que não plantou,
Cantando a dor que é só minha.
Transformando espinho em flor.


Caminho em busca de tudo
Sem saber se encontro nada,
Enquanto não sinto sono,
Navego nas madrugadas,
Buscando encontrar um mundo
Onde ainda existam fadas.