APRENDI A SER SÓ.

APRENDI A SER SÓ.

A noite acorda-me como se dia fosse

A boca detém salivas de sabor agridoce

Minha nudez espreguiça o esqueleto

Acedo aos desejos do estomago insurreto

E unto-me, covarde condenado ao último desejo.

Preparo-me para os sofismas da existência

Nos palimpsestos rabiscados da voz que gaguejo

O fluxo mental quer encontrar uma ciência

Para a dor de não ter um cúmplice confidente.

Aprendi a ser só, egoísta de mim mesmo!

Sem essa tal dó de atirar verbo a esmo

Às paredes que rebatem ao ouvido penitente.

As pessoas se preocupam com o que não têm

E esquecem-se do que têm,...

É-me suficiente o abraço de todas as solidões

Pois palavras que não são traduzidas em ações

Faz o apedeuta pensar que é intelectual...

Vivem com seus sensos mórbidos de amor ao ódio

Fazem da verdade, novela sem próximo episódio

E se afogam na vaidade de seu caráter virtual.

Hás de enxergar a felicidade, inda que de porta fechada

Isso é arte! E a arte, é a lógica do irracional.

À noite a sensibilidade aflora mais debochada

Pois a libido quer-nos em harmonia com esse bem social

De que forma for, as letras farão uma faxina na vida

E somente os sós, garis da escuridão, nefelibatas

Gozarão sem tédio, do prazer de se drogar nessa bebida

Visto que o dia virá sarcástico,... Com os sons sociopatas.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 20/07/2014
Código do texto: T4889951
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