FUMAÇA

O nada que agora me faz tudo

e que paradoxalmente me constitui

transborda...

Esse vazio que agora me preenche

Cutuca minhas vaidades

acenderia um cigarro, se acaso fumasse,

só para testemunhar a fumaça dissipando o silêncio.

Mas não fumo

mesmo assim

encontro fumaças pelos meandros meus

Nos cantos de minha boca

ele ressoa fino, assobiado

É um sopro esbranquiçado

seguido de fina voz

Parece um lamento de algo que nem sei

ser alguma coisa

o silêncio é tomado por um assobio

primeiro acanhado

depois raivoso

coisa de gente semente

semeando versos

na calada da noite.

(Suerdes Viana)

Suerdes Viana
Enviado por Suerdes Viana em 07/09/2014
Código do texto: T4952283
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