SOLIDÃO

SOLIDÃO

A casa que indiferente abandonaste, está vazia,

Fria de ausência, e as portas rangem derruídas!

Ao silêncio de lembranças nunca esquecidas,

Ruge o vento na mansarda desta cruel afonia.

Morada da solidão, essa amarga companhia!

Neste escuro nos confabulamos, nos olhamos!

Abraçamo-nos, e ao rugir do vento nos calamos

na surdez do escuro, nesta solitária moradia.

Se de nada reclamo, é minha forma de ceder!

Minha pose de submissão, neste curvar-me lento

me leva ao desespero; um outro modo de sofrer.

Neste convívio de homem e solidão, ele se perde

por descaminhos, sem momentos mais de espera!

Assim, a esperança vai perdendo seu traje verde.

egê SP

do livro poeira e flor vol III

EGÊ VALADARES
Enviado por EGÊ VALADARES em 07/09/2014
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