SENTIMENTOS COMPARADOS...
Ao escrever a carta diz
Não o que está escrito
Pois só no ato é
Depois...
É rastro de tempestade.
Ao que se fez de sopro de vento
O antes do que não gravou
Mostra-se relance e só reconta
Subjugado no que revelou.
Sobre os gélidos lagos do norte
As brumas que erguem ocultam
Lá onde o que se chama alteridade
Quatro ou cinco palavras repousam.
O contraste é cambiamento de olhar
Resto de sentimento
No escrito entre a letra e o fundo
A escolha não mais pode perdurar.
Quem escolhe ao gelo se dispõe
Ou ao fogo se propõe
Quando do outro não sabe o que é
E entrega só o que é seu.
O um que nunca foi dois
Exila-se a um fio de quarto
Até encontrar o que se refez
Obriga-se a ser mais uma vez...