A DROGA QUE ME CONSOME CHAMADA AMOR

Mulher, onde sepultaste aquele

Sentimento que dizias sentir por mim

Num passado mais que presente?

Mostre-me onde fica esse lugar?

Podes ressuscitá-lo agora?

Onde agora tu estás

Que há muito não te vejo?

Nem nos meus sonhos te encontro mais...

Será que tudo o que aconteceu foi em vão?

Será que não víamos com os nossos próprios olhos?

“Perdi-me no abismo das drogas,

Me sentindo tão só ao lado

De outras pessoas que morriam

Por excessos tão alucinantes...”

Quantas vezes eu caí embriagado,

Crendo que morreria sem lucidez?

Tudo era tão confuso no momento

Qu’eu não podia prever o que aconteceria,

Nem mesmo após o consumo

Das substancias que me faziam girar...

Eu nunca me entreguei

Para qu’eu fosse consumido de vez,

Saí pela mesma porta que entrei,

Contemplando uma manhã menos cinzenta!

A luz do dia me fazia falta,

Tal qual o sentimento que dizias ter por mim...

Agora, tu me ignoras, eu não te tenho mais...

O perigo ainda me espreita...

Tudo passa, mas sinto falta de algo

Que não sei explicar o que é...

Talvez nem seja verdadeiro esse sentimento

Que insisto acreditar ter sido possível acontecer!

Fugi de todas as dores que um dia me vieram,

Já as cicatrizes existentes são visíveis,

Elas estão guardadas no meu olhar triste_

Quando eu repousar, elas deixarão de existir.

Mulher, onde me sepultaste

Quando definitivamente me abandonaste?

Jairoberto Costa
Enviado por Jairoberto Costa em 29/10/2014
Código do texto: T5016379
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