Menina
Ela destruía as unhas, cutucava as cutículas
Sangrava disfarçadamente
Concentrava-se apenas naquela violência
Como se fosse por ordem em algum caos
Fiquei obcecada, a observei discretamente.
Eu queria gritar: - Menina, sente o cheiro da chuva?
Mas em silêncio continuei.
A curiosidade me batia
Porque eu precisava saber o porquê de tamanha agonia
- Menina, sua mão é linda, sabia? (Mas só pensei)
Eu já quase nem respirava quando ela finalmente acabou
E como se voltasse a realidade a menina me olhou
Seus olhos molhados me encararam assustados por um minuto
E então recomeçou.
Era um pedido de socorro.