TEMPORAL DE SOLIDÃO


Chove lá fora
uma chuva mansinha,
e no peito ela chega
chovendo lembranças.

Começou agora a relampejar
a chuva aumentou,
forte ela fica,
o frio aqui penetrou.

Chuvarada molhando tudo à volta,
deixando-me ilhada,
faz frio na alma
a solidão fica amarga.

O meu coração encolhe-se de frio,
o medo invade todos os cômodos da casa.
Até as horas parecem congeladas com a chuva,
há um dilúvio dentro do peito.

O frio é maior que a chuva lá fora,
o barulho aumenta o medo em meu olhar.
Chove lá fora, chove minha alma, chove sem parar.
Chora lá fora, choro aqui dentro, tudo se alaga.

Nesse turbilhão, de água e emoção,
choramos nós, nos alagamos nessa chuva solidão,
nos afogamos nesse mundão.
Temporal de solidão!...










Glorinha Gaivota
Enviado por Glorinha Gaivota em 27/05/2007
Reeditado em 27/05/2007
Código do texto: T502668
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