ABRIGANDO A SOLIDÃO



Caminhei por entre flores
Nem vi o tempo passar;
Deixei passar mil amores,
Nenhum hoje, a me abraçar.

Estou de volta e sozinha
Às voltas com a solidão,
Mas a esperança se aninha
Cá dentro do coração...

Quem sabe ela não desperte
Em mim um novo prazer
E jamais se desespere
Com o meu jeito de viver...

Sendo assim tão retraída
Vivendo num mundo a parte...
Pois nunca encontrei guarida
Nem mesmo pra minha arte.

Por esta razão é que vivo
Num mundo quase só meu
Talvez por isso ainda insisto
Em buscar o meu próprio eu.