Viva, por fora. Morta, por dentro.

Talvez fosse bom ter usado as palavras.

Quis me silenciar.

Mentir que estava bem.

Mas não estava!!!

Agora estou contida num grito que parece ser eterno.

Dor...

Saudade...

Arrependimento...

Traumas...

Medo...

O único sentimento amigo é inimigo.

A raiva é a única que sei lidar.

Então se um dia eu gritar, me perdoe. Estou tão perdida.

Me encontre.

Queria sorrir para a felicidade alheia de amigas.

Sei o quão egoísta parece, sorrir para elas, e por dentro, sentir mais dor.

Sei que parece que só me lamento. Tento encontrar alegria. Mais a muito tempo ela parece me deixar...

Ninguém sabe. Não entendem.

Não quero palavras que tudo ficará bem. - Não ficou bem.

Ou palavras que não estarei sozinha. - Pois na hora do desespero sempre estou!

Nem palavras que não irão me abandonar. - Todos fazem.

Só queria que, num vestido branco, vento, flores, campo, eu sorrisse com pessoas ao meu lado.

Aguentar é para os fortes. Persistir.

Admitir a dor, mas não seu real tamanho.

Não chorar. Continuar.

Quando sempre estou parada no mesmo lugar.

Tenho tantas pessoas mas porque será que num natal todos tem alguém, suas famílias? Ah, esse vazio, essa solidão poderia ser cômica, se não fosse triste.

Cuidei.

Amei.

Me preocupei.

Agora só quero que no final da tarde não me sinta tão vazia. Que alguém cuide de mim.

Me ame.

Se preocupe comigo.

Mas tudo isso eu espero. Já não estou mais chorando. O bom da solidão é pensar, imaginar.

E sorrindo, com o coração apertado de dor, ainda assim, eu sonho alto...

Tenho medo de morrer. Não partir pra sempre, mas algo pior.

Perder meu brilho.

Alegria.

Sorriso...

Quero ser salva!