Esperei toda uma vida!

Já nem sei mais quanto tempo!

Mas... O que esperei?

Faço imaginários gestos... Tenho asas... Sem penas...

Sou rosa despetalada... Sou rio sem correnteza...

Onde escorrem minhas lágrimas e a minha tristeza...

O que esperei?Talvez numa vida inteira caminhando

Com meus cabelos soltos esvoaçados... A provocar os ventos

Deste inverno gelado!

O que esperei durante tanto tempo?

Eu levava nos meus olhos a esperança luminosa

De um palato azul longínquo...

E o deslumbramento das noites estrelarias...

E nas noites de luar me deitava

Sobre a relva de teu hipotético corpo

E assim juntava-nos numa lânguida quietação...

...meus lábios sedentos feridos

De ardentes beijos que jamais dei...

O que eu esperava...Amar e ser amada!

... Talvez