Pampa
Na pampa verde de perder de vista
A casinha branca de janelas com tranca
Sozinha se levanta na paisagem fria
Ao som do fio d’água que canta na bica
No horizonte longe da pampa
O sol amarelo imponente levanta
De nascer aquece flores e plantas
E acalenta o sono de manta
O passarinho voa no céu da pampa
Pousa no ninho de galhos caídos
Da árvore de amores fugidos
Da sombra grande de dias floridos
Na pampa é sempre assim
Geada branca até onde a vista alcança
Frio de vento que corta dentro de mim
Na trilha molhada das tristes horas de andança
Meu pensamento vaga pela pampa
Quando se dá conta já é hora da janta
O pôr-do-sol leva embora a luz do dia
E traz mais uma noite sem lua, vazia.