AO ACORDAR.

Hoje! Acordei a madrugada,

Despida de sonhos e quimera,

Com pétalas de rosa enfeitada,

E o perfume da primavera.

Hoje! Acordei a sentida solidão,

De púrpura negra vestida,

Cantou-me uma linda canção,

Que lembrava uma despedida.

Hoje! Acordei com a saudade,

No cantar dum passarinho,

Um sentimento que me invade,

Ao coração fala-me baixinho.

Hoje! Acordei sem a esperança,

Como um mortal renegado,

Neste mar alto sem bonança,

Que de esperança ficou despojado.

Hoje! Acordei todas as tristezas,

Ouvindo pranto e desalento,

No mundo de ódios e incertezas,

Em vez de paz, guerra e tormento.

LuVito.