UMA FORMA DE SILÊNCIO...
Tudo em volta fala mais do que quaisquer palavras nossas,
Se juntos estivéssemos, a rotina arruinaria,
Vale tanto a leveza dessa dúvida quanto à certeza de um só desejo teu. Um feito para o outro. Um feitio que conspira,
Enquanto os lábios balbuciam, o olhar já se atira.
Pois quando mergulho em ti, meu pensar já não existe,
Somos, fomos e seremos apenas uma concreta e palpável lembrança,
Uma sombra em corpo ou um corpo em chamas,
Um pecar teu que eu perdoo. Um pecar meu que a ti reclama.
Uma oração em silêncio, com sujeito composto e querido por adjetivo.
Verdadeiro conceito de silêncio, ao menos a meu ver,
Posto que ouvir seja forma desnecessária,
Por sentir dessa maneira incomum e arbitrária,
O gritar desse silêncio, que de silêncio não tem nada.