7 de abril
Cai a chuva sobre a plantação
Imitando as gotas sobre a folha de papel
Nuvens escuras, carregadas de solidão
Transbordando a seca de um coração
E a ventania confusa, indecisa
Parece esperar por orientação
"Pra onde soprar e o que levar
Como arrancar o que não é alcançado pelas mãos?"
É um emaranhado: mistura de pó; lama; pecado
Vento, lamento; sorrisos calados
Espírito pronto para o inesperado
Alma não tão pronta; dilema lançado
Mas no horizonte, aquele distante feixe de luz
Traduz o novo tom da composição, reproduz
Talvez as nuvens tenham trazido alívio ao solo
Outrora rachado, simplório simpósio
E no completar dos dias, das primaveras não perdidas
Tornam-se entendidas a seca e a tempestade
Atrizes tão competentes; caras-metade
Atuando num palco em movimento; no cenário da vida