NADA

Nada do que foi,

nada do que restou.

O que levarei daqui?

-Nada.

O que ficará de mim?

-Nada.

E das minhas lembranças?

-Nada.

Das minhas palavras,

Dos meus gritos?

-Nada.

O meu nome?

-Um esquecimento.

Do nosso romance?

-Delírio esquecido.

Do meu hálito?

-Bacilos.

Dos meus pesadelos?

-Bruxismo.

Das nossas noites?

-O teu preço.

Da minha tirsteza?

-A alegria de ficar só.

Pedro Simao Rocha Matos
Enviado por Pedro Simao Rocha Matos em 26/04/2015
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