CENSURAS
Calcinados,
os olhares que me rodeiam,
furtivos, fugitivos,
fuzilam-me em pensamento.
Porque quando eu penso, sou vagabundo;
quando silencio, dizem-me ser um covarde;
interpretam-me com palavras vãs;
pensamentos peçonhentos.
Deixe-me morrer no meu vício;
ainda posso escrever à luz do dia;
ainda posso beber a noite;
deixe-me amar a vida que quero.
Pedro Matos