LIRA MATUTINA

      ( Kathllen, eis meu canto ao teu poema...
       Eis minha Lira Matutina...)


Os amanheceres envolveram-me na ternura
de um alvíssimo algodão
e viajei...
Viagem plena, suave, mansa,
nas painas matutinas de tantos desencontros.
Mas o sonho fugiu na morna noite
e eu voltei.

Outra manhã... De novo a solidão azul
bordada de nuvens brancas,
e ali, só, recatadamente só,
– em meio às minhas valerianas –
uma única rosa vermelha
sorrindo para a canção
do velho e rouco cata-vento.

(........)

Dá-me, ó solidão, deste bom porto!
Dá-me um copo deste rubro lusitano!
...Bálsamo tinto de tantas horas mortas...
De tantas estrelas que se apagaram
ou se esconderam no plasma da saudade.

...E tu, ó lua em desencanto, por que fugistes de mim,
despidas de seus lençóis
nas brumas da madrugada?

(........)

De novo, um novo dia.
De novo a solidão azul.
E este céu bordado...


           Sidnei Garcia Vilches (06/06/2015)

Para o texto: AMANHECENTES (T5236040)
De: Kathleen Lessa
Sidnei Garcia Vilches
Enviado por Sidnei Garcia Vilches em 07/06/2015
Reeditado em 07/06/2015
Código do texto: T5269683
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.