Neblina

Eis que o frio tomou minhas noites

E uma névoa rodeada de medos eternos se fez presente em minha mente

O gole seco, o trago que arranha a garganta

Aquele que continua mais uma vez nessa vida medíocre

Onde o sol poente em tons avermelhados o banha com suas lamúrias

Árvores antigas antes ululantes

O vento agora mal toca suas folhas

Arrancadas pelas asas de pássaros mortos

Alimento à vermes inferiores que rondam o solo

O vazio sentimento que tomou meu peito

Reinou por todo esse cômodo inóspito de mentiras contadas em meus ouvidos

O grito que ouviste no vácuo

Nada mais importa

Quando a humanidade se tornou surda aos clamores alheios

E apenas Tua Imagem faz sentido neste espelho mágico de blasfêmias

Pensas que deus lhe deixou à sorte

Que satan nada mais é que um mito para não te sentires sozinho

Que anjos, demônios, almas caridosas

São contos ditos desde sua infância para não te sentires triste

E que a verdade que ronda teu mundo

Nada mais é que mentiras bem contadas

Não há sentido em nada

Então pare de procurar por algum

Aceites teus dias imundos

E morra com a decência dada aos nobres de coração

O hino fúnebre toca na vitrola

Sentes tuas mãos pesadas

Horrores formados por tentáculos de angústias em teu pescoço

O sopro da morte à tua nuca

Sinta-te fraco

Cave tua cova

Sat
Enviado por Sat em 01/07/2015
Código do texto: T5296320
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