ME FEZ VERÃO
Uma Andorinha pousou sozinha, lá no cantinho
da praça.
Meu corpo frágil abalado, num canto qualquer
eu desabo.
Estava sem rumo, com sede e com frio...
”tremenda ressaca”,
deitado encolhido, sem lenço, sem documento...
às traças.
M’alma vazia atormenta, no canto daquela praça.
Andorinha não voa sozinha, mas essa pousou ao
“alento”...
nas migalhas espalhadas com o vento, m’alma
desperta no tempo.
Solícita me fez companhia, na relva sombria...
sem graça.
Sarou as chagas e feridas das noites tristes perdidas.
Sozinha me fez verão, transformou o meu inverno,
em primavera...na solidão.