Quando Acendem as Luzes
Os ventos invadem meu rosto impressionado
Balbuciando palavras de despedida
De vida desprevenida
Perdida por entre sombras de guarda-roupas
Ao som de músicas tristes
Músicas tristes crescem com o sol no céu cinza
Que contempla a partida da noite
Como meus olhos contemplaram a ida de teus olhos negros
E as pedras rolam contra a parede de meu quarto
Com incorruptível sede de vazio
O vazio que arma acampamento em minha alma
E as almas longínquas choram enquanto dançam
Dançam dançam para não mais chorar
E preces são jogadas ao relento do mar
Redesenho com minhas disléxicas mãos sorrisos de constelações
Constelações pegam no sono quando acendem as luzes
Quando acendem as luzes
Quando acendem as luzes minha vista escurece
Me sucedem imagens dos jardins vizinhos e distantes...
Deixe-me esquecer todas as palavras e paladares
Para poder dormir bem.