Fome de poesia
Meu eu-lírico,
Triste, escreve.
Tolo.
Pois estão todos cegos.
Cegos de interpretação.
Meu eu-lírico,
Desesperado, GRITA.
Contorço-me a estourar as cordas vocais.
Mas não há voz.
Pois estão todos surdos.
Não há poesia que brote
Em terra que não cultivam-se
Leitores da alma.
Meu eu-lírico morre hoje de fome.
Fome de poesia.