Fome de poesia

Meu eu-lírico,

Triste, escreve.

Tolo.

Pois estão todos cegos.

Cegos de interpretação.

Meu eu-lírico,

Desesperado, GRITA.

Contorço-me a estourar as cordas vocais.

Mas não há voz.

Pois estão todos surdos.

Não há poesia que brote

Em terra que não cultivam-se

Leitores da alma.

Meu eu-lírico morre hoje de fome.

Fome de poesia.

Aline do Amaral
Enviado por Aline do Amaral em 14/03/2016
Reeditado em 12/04/2016
Código do texto: T5573940
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