Essa noite

Como quem nada quer meu amor vem

Ler os meus rabiscos em busca de si;

Claro, meus poemas, traços dela, têm,

Afinal, escreveria de amor sobre quem,

Se é ela que inspira o que verte aqui?

Quisera ver esboçar teu tímido sorriso,

ao se identificar, nas minhas garatujas;

devanear futuro, esse senhor impreciso,

que é decidido, dado que sou indeciso,

até que da prisão que te retém, tu fujas...

Um dia após o outro, eis a velha receita!

De quem não cede a arroubos da pressa;

Cada noite que sozinho a gente se deita,

Faz sonhar co’uma ventura que espreita,

Mais uma noite assim, infelizmente é essa...