Solidão

Ai solidão

sua quimera dantesca

és faraônica obra do meu coração

enfeitiçado de ilusões

porta aberta para os devaneios

anseios tristes os meus.

Ai solidão

não existe mais alegria neste pobre coração

a melancolia tomou de conta e fez o seu jardim de insatisfação.

ai solidão

daria tudo por um beijo da verdade

mais foi se minha mocidade

eu, peregrino da razão.

Ai solidão

as nuvens que me cercam

são nuvens de assombração

não existem mais os ais da consolação

somente o ais da reprovação.

Ai solidão

onde a primavera se escondeu

a deusa dos belos lábios de âmbar

a soberana do reino da minha alma.

ai solidão

o frio aumentou

já não sei o que é amor

só sei o que é dor

minha vida atormentada

pelos nós do rancor.

Ai solidão

tu és a companheira

a bruxa do meu coração

enfeitiçou minha alma

e em mal,as rosas,transformou.

ai solidão...já não sei mais quem sou

se sou vida ou morte

se sou um pássaro ou um louco

ai solidão

a esmo se encontra o meu coração

ai solidão,até o fim da civilização

ai solidão...

Augusto dos Anjos(Poeta do Eu)
Enviado por Augusto dos Anjos(Poeta do Eu) em 09/06/2016
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