Deixo a vida sem provar o mel mais doce
A morte é minha única certeza
O meu futuro é um caminho plangente
Correi e dizei a toda esta gente
que o inferno nos agarra com destreza
À meia luz eu escrevo, já cansada
da longa guerra que enfrento contra ela
Então eu me isolo como as moças banguelas
envergonhadas dos dentes que lhes faltam
Eu abro os olhos e contemplo a celagem
Eu me recordo do começo da viagem
Onde a vida era só sonho e inocência
No meu semblante só sobrou o desalento
Eu me engasgo no meu própio veneno
e deixo a vida sem provar o mel mais doce