Náufraga

Há um porto em cada canto de mim.

Erguidos forjados em mares bravios, violentos.

Rodeados de naus fantasmas,

povoados de amores, paixões.

Tais foram os ventos,

tamanha as tempestades,

que, em muitas, me perdi.

Fui chegada e partida...solidão.

Tantos foram os cais...

Em muitos embarques, atraquei.

Em poucos os atraques, embarquei.

Foram tantos os cais...

O mar me chamava!

De tanto ser náufraga, cansei.

Mar virei...

Sou ondas, marés...de lua!

Indo...voltando.

Deixando...levando.

E estes portos, sempre alí, incólumes,

denunciando meus caminhos tortos,

os navios que queimei!

São tantos, tantos cais...

naluz
Enviado por naluz em 08/10/2016
Reeditado em 01/09/2017
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