Versos Decadentes
Nestas breves palavras, que a tempos
mantenho distancia
Nada mais são de uma série de
repetições de um drama
A tragédia não tomou forma, por
enquanto, ainda vivo poesia
Basta pausar a vida social escravista e
perceber os afetos que me faz companhia
Das diversas reflexões que proponho a
medida que o tempo me consome
Tristezas e Alegrias cintilam pelo meu
corpo, mas com frequência Ela some
Ela que me faz passar para um estado de
maior perfeição
Elevando minha potência de agir, sem se
preocupar com a origem da emoção
Pois essa é a razão para buscarmos a
vida boa, isentos de julgamentos alheios
Blindados de receitas utópicas que
entorpecem o ser em todos os meios
A filosofia ensinou a maximizar a
capacidade de pensamento
Tornou-me mais lúcido do mundo da
vida, além do ermo sofrimento
Quando sou alvo de estímulos que
abalam a minha elã vital
Há um pulso de morte que me
aprofunda em um pesar visceral
Quanto mais intrínseco estou, maior
sinto o aroma da solidão
Decaindo o fluxo da existência, restando
apenas uma singela reflexão
Arranca-me risos o otimismo exterior,
tomados pela empatia
Mal percebem o impulso da polidez e o
quanto agrega a agonia
As últimas gotas do vinho coincidem
com o fim destes versos decadentes
Onde deixo as memórias de um jovem
com características eloquentes
Moraes IV, 08 de janeiro de 2017, às 02:19 am