Guerra Fria

Em meio a um turbilhão
De sentimentos confusos,
Tento me aconchegar em teu silêncio,
Já que não me permites que,
Como antes,
Descanse minha cabeça em teu peito...
Quieta, observo teu vazio.
Teus olhos, outrora tão brilhantes,
Agora estão sombrios, cinzentos,
De tão frios,
Mais parecem duas pedras de gelo...
De meu canto, analiso-o.
Tento entendê-lo,
Procuro uma justificativa,
Recordar algo que
Eu tenha feito ou dito.
Na verdade, procuro sem sucesso
Algo que conforte minha alma.
Mas não há nada,
Nada que eu possa fazer
Para apaziguar uma guerra que,
Nem sei por que, por onde
Ou quando começou...
Minhas armas eram as palavras,
Mas estas parecem obsoletas,
Incapazes de atingir meu alvo amigo...
Estou sendo bombardeada
Por tua indiferença
E dessa vez só me restaram as lágrimas,
Que agora,
Deixo que caiam tristes e livres
Por meu rosto a fora...
Não vou tentar secá-las,
Não mesmo...
Dessa vez estou sem forças
Fui abatida!
Fui vencida pelo meu inimigo
Aparentemente silencioso e invisível,
Mas que, bem sei onde,
Perigosamente, está escondido... 
Aliesh Santos
Enviado por Aliesh Santos em 27/05/2017
Reeditado em 28/05/2017
Código do texto: T6011043
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