INFINITA NOITE
Uma,duas horas da manhã
eu aqui a embalar o tempo,
entre sonhos e pensamentos,
olhando as folhas a bailar ao vento.
Uma, duas horas da manhã,
a janela entreaberta,
me deixa ouvir claramente
o som de um vento temente
que a mim, amedronta a mente.
A cama, sempre vazia,
o frio, meu corpo arrepia,
o tique taqui, do relógio
parece prolongar anoite
o vento impiedoso
resvala em meu corpo
provocando-me cortes profundos
como a chibata,alimentando o acoite.
A noite passa sem pressa,
parece não querer findar,
os lençóis assistem a tudo, sem nada falar.
A solidão noturna me assola de desejos
me faz sentir saudades de ti,
de teus inesquecíveis beijos.
Uma, duas horas da manhã,
eu aqui, nesta solidão extrema,
neste solitário tema
sendo a inspiração deste poema.
SONIA BRUM